terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Com o sucesso dos sites de compras, gigante Google entra no nicho

O Google Offers entra na disputa do mercado de compra coletiva. Foto de divulgaçãoConforme a descrição apresentada, o serviço deve funcionar de forma bastante semelhante ao modelo também adotado por sites brasileiros como o Peixe Urbano

Compras coletivas podem faturar R$ 1 bilhão em 2011. É o que avalia especialistas da área. Antes de completar um ano de Brasil, a prática já virou febre entre consumidores, investidores e principalmente entre aqueles que passaram a oferecer a opção.
Em dezembro, já eram encontrados mais de 400 sites oferecendo cupons de desconto por valores que variam normalmente entre 50% e 70% a menos que o valor original. Em 10 meses de operação, o segmento chegou a um faturamento de aproximadamente R$ 170 milhões, tendo um verdadeiro boom nos três últimos meses de 2010.
De olho nesse mercado cada vez mais crescente, a Google prepara seu próprio serviço de compras coletivas. O negócio funcionaria de forma semelhante ao modelo do Groupon, da qual a gigante de buscas tentou comprar no ano passado. Documentos que teriam vazado de dentro da própria empresa revelam o projeto, chamado de Google Offers. Conforme a descrição, o serviço deve funcionar de forma bastante semelhante ao modelo também adotado por sites brasileiros como o Peixe Urbano.
“O Google Offers é um novo produto para ajudar potenciais consumidores e a clientela a encontrar grandes negócios em suas áreas por meio de um e-mail diário”, diz o documento.
O site de compras coletivas da Google pretende usar o sistema de processamento de pagamentos online Google Checkout. Opções de compartilhamento por Facebook, Twitter, Google Reader, Google Buzz e e-mail também aparecem na tela que ilustra o documento interno da empresa.
Provando o potencial da ferramenta ao redor do mundo, o Google ofereceu, no final de 2010, nada menos que US$ 6 bilhões pelo Groupon, que faturou globalmente US$ 500 milhões no ano passado e rejeitou a proposta. Grandes conglomerados brasileiros de mídia, como os grupos Abril e RBS, adquiriram ou lançaram seus próprios sites de compras coletivas – respectivamente Bananarama e Desejomania –, da mesma forma que o apresentador Luciano Huck tornou-se sócio-investidor do Peixe Urbano nos últimos meses.
Daniel Funis, diretor de marketing do Groupon, primeiro do ranking no Brasil, afirma que o que também auxiliou o sucesso quase imediato do modelo foi a presença maciça do público-alvo em redes sociais, principal forma de divulgação entre os players. “O público gosta de espalhar novidades, recomendar bons produtos ou serviços. Hoje, mais da metade de nossas compras acontecem por causa de alguma recomendação”, revela o diretor de marketing do Groupon – único entre os principais sites presentes no Brasil que vem de um grupo internacional. Iniciando operações no País em maio, com o nome Clube Urbano, passou a adotar a identidade global entre outubro e dezembro.
“A filial brasileira apresentou o maior crescimento em todo o mundo”, ressalta Funis.
O pioneiro no mercado brasileiro foi o Peixe Urbano, que em março oferecia seu primeiro cupom de desconto. Ele  já esteve no topo da lista e hoje segura a segunda posição da lista dos sites de compras coletivas. Começando no Rio de Janeiro com três sócios, hoje está presente em 33 cidades brasileiras e chegou à incrível marca de 2 milhões de cupons vendidos em 2010 num universo de 5 milhões de usuários cadastrados.
Pirataria generalizada
A Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI) estima que 95% dos downloads são piratas. Os números fazem parte do relatório da IFPI sobre o mercado da música digital em 2011 e foram apresentados há duas semanas em conferência telefônica. A IFPI refere ainda que, na Europa, um quarto dos internautas costuma recorrer aos sites que distribuem conteúdos ilegais.
Frances Moore, presidente executiva da IFPI, apontou a França e a Coreia do Sul como casos de sucesso, mas referiu ainda que a União Europeia se mantém parada na criação de novas leis e medidas de combate à pirataria na Internet. No extremo oposto aos países considerados exemplares, o relatório aponta o mercado espanhol, que lidera atualmente a taxa de pirataria no mundo. Frances Moore justifica que o fracasso do combate à pirataria na Espanha com uma origem jurídica e legal. “Na Espanha nada foi feito durante anos e anos. E não havia leis. Por isso se chegou a este estado”, diz.
Representantes das editoras Universal e Sony aproveitaram ainda a conferência para defender que a necessidade de re-estruturar as editoras, que é referida há muito por alguns especialistas, não será mais que “um eufemismo para o despedimento de pessoas” que trabalham na indústria da música.
Segundo a IFPI e as maiores editoras, já não existem desculpas para consumir pirataria. Hoje, a venda de músicas em suporte eletrônico totaliza mais de 3,42 mil milhões de euros e há mais de 400 lojas especializadas na Internet. A lógica de cloud computing, os pacotes comerciais e ainda os acordos com os servidores de acesso à Net (ISP) são as principais apostas para a recuperação da indústria musical.
Eis alguns números apresentados pelo relatório da IFPI: em 2010, as vendas de música on-line cresceram seis por cento; entre 2004 e 2010 as vendas de música na Net cresceram 1mil por cento; até 2015, deverão ser extintos 1,2 milhões de postos de trabalho nas indústrias criativas, devido aos efeitos da pirataria; atualmente há mais de 13 milhões de faixas de música à venda legalmente na Internet.

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